Ficou chocado com este título? Não fiques. Vamos lá analisar umas coisinhas.
A evolução e o desenvolvimento tem os seus custos e Cabo Verde está na moda para o bem e para o mal.
Muito se enche a boca para se dizer que em Cabo Verde não há corrupção ou que o índice de corrupção é dos menores do mundo. Mas a minha percepção, se não me induz em erro, leva-me a crer que, tal como o crescimento da violência, a corrupção vai tomando contornos preocupantes.
Se levarmos em conta noções de corrupção ativa, corrupção passiva e prevaricação, chegamos à conclusão que não escapamos a esse mal universal.
Com a crise mundial (não só a financeira, mas também a de valores), o aumento de desemprego e os constantes jogos de interesses, esses males crescem. São inúmeros os casos de pessoas que, escondendo-se sob regras judiciais, códigos deontológicos e sociais, mudam de conduta e não assumem os seus ideais e os interesses gerais. Cada um puxa a brasa para a sua sardinha, mesmo com a consciência que essa pode se queimar.
Conheço muita boa gente chateada com muita coisa mas que nada fazem, vivendo com o medo de retaliações por parte de chefes, empregadores, membros familiares, professores, dirigentes desportivos, administradores universitários, diretores e, mais ainda, de políticos prevaricadores e uma sociedade corrompida por uma intelectualidade cada vez mais medíocre.
A amizade, o amor e o respeito pelo próximo são valores em extinção numa sociedade em que a falta de caráter já é arte. “Descontra” palavra mais utilizada pela nova geração e pela que está a crescer, demonstra a falta de vontade de fazer e de levar o país para o melhor caminho. Ninguém leva nada a sério e quem tenta fazê-lo é atropelado por prevaricadores, corruptos e desocupados bem pagos pelo dinheiro dos que vivem ameaçados. Para piorar o cenário, uma nova geração de bufos surgiu dos confins da merda dos poderosos.
Devemos analisar, com seriedade, esta situação com muito cuidado, uma vez que essas atitudes estão a levar a uma violência intelectual.
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