terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Crioulo de Santiago domina?


Fala-se muito de língua materna e da oficialização da língua cabo-verdiana (do crioulo, crioulamente falando). O Ministro da Cultura já disse que o processo de oficialização é para este ano.

Um dos maiores defensores da oficialização do crioulo, o Sr. Dr. Marciano Moreira, defende que a “inveja” de certas pessoas pelo facto da “vertente com mais força” ser a de Santiago tem travado essa oficialização, em detrimento da preferência por “barracas” constantes no português. Fala inclusive em “papel de palhaço”. Defende ainda que a variante de Santiago se imponha.

Não será isso o caminho para o caos? Como irão os caboverdianos, não badios, aceitar algo que é quase uma certeza a ser imposta. Como irão reagir as crianças que saem de São Vicente para passar férias à Praia e regressam a falar a variante de Santiago? Como irão reagir as crianças de Santiago quando acontecer o contrário?

A oficialização do crioulo é importante, mas atenção com ideologias que nada mais servem do que para fomentar cada vez mais o bairrismo ou mesmo ao caos linguístico.

Agora, deixo aqui a seguinte pergunta:
Porque é que quando o sampadjuto fala com o badio, na maior parte das vezes, faz o esforço para falar badio (mesmo que mal falado)?
Mais... porque será que o badio não faz esse ridículo papel, tentando falar sampadjuto?

Porque é que não se chega a um acordo e, tal como se começa a aceitar o ALUPEC, e assumimos que a língua é viva e que iremos nos adaptar aos poucos?

Oficialização sim, mas atenção aos perigos que dela advirão.

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